sexta-feira, 2 de novembro de 2012

2 de novembro de 1998 – O samba perde sua pérola negra

 

"A dama do samba Jovelina Pérola Negra, 54 anos, morreu no começo da madrugada do dia 02 de novembro de 1998, de enfarte, enquanto dormia em sua casa, no bairro da Pechincha, em Jacarepaguá. Além de discos gravados e sambas compostos, deixou três filhos – José Renato (30) e Cassiana (24), que teve com Nilton dos Santos, e Clayton (10), que adotou – e dois netos. O enterro de Joselina foi realizado ainda no dia de sua morte, às 17h, no Cemitério da Pechincha. Cerca de 300 pessoas compareceram ao sepultamento, entre as quais a então vice-governadora Benedita da Silva, o vereador Antônio Pitanga, os sambistas Bete Carvalho, Neguinho da Beija-Flor e Arlindo Cruz, e o ator Jorge Lafond. O corpo da cantora foi enterrado em clima de pagode, com familiares e populares cantando os maiores sucessos de sua carreira."


– Ela era uma pessoa maravilhosa, amiga. Conhecia-a desde quando ela trabalhava como doméstica no Leme. Ela é uma pérola, um orgulho – disse Benedita, que lembrou ter encontrado com Jovelina pela última vez em um showmício na Zona Oeste.
A pérola negra do samba brasileiro nasceu Jovelina Faria Belfort, em Botafogo, Zona Sul do Rio de Janeiro, mas morou em Belford Roxo e em Madureira, onde se fez imperiana: anos a fio desfilou na Ala das Baianas do Império Serrano e, já reconhecida no meio artístico, era, ao lado de Roberto Ribeiro, Jorginho do Império e outros nomes de peso da escola da Serrinha, atração no Botequim do Império, um show na quadra da escola, durante os ensaios, para aumentar a caixa que financiaria os desfiles.

Considerada herdeira natural de Clementina de Jesus na dinastia das grandes vozes femininas do samba, Jovelina foi uma das peças mais importantes na condução do samba de fundo de quintal e do pagode para a linha de frente da MPB. Suas características mais marcantes eram sua voz rouca, forte, amarfanhada, de tom popular e força batente.

Como é comum entre os artistas vindos do povo, Jovelina estreou na música tardiamente, em 1985, quando já tinha 40 anos, com sua participação em três faixas da coletânea Raça Brasileira. No ano seguinte a cantora gravava seu primeiro disco solo, incluindo, a despeito das pressões tácitas e explícitas do mercado, compositores como Nei Lopes e Monarco, de compromissos exclusivamente artísticos. A ele seguiram-se mais cinco discos até o ano de sua morte, entre eles Sorriso Aberto (1988), Sangue Bom (1991), Vou da Fé (1993), conquistando um Disco de Platina e ficando imortalizada por grandes sucessos como Feirinha de Pavuna¸Bagaço de Laranja (gravado com Zeca Pagodinho), Luz do Repente, No Mesmo Manto e Garota Zona Sul, entre outros."

Fonte: http://www.jblog.com.br/hojenahistoria.php?itemid=16942

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