sexta-feira, 27 de abril de 2012

Em 27 de abril de 1994 Itamar Franco autorizou a transposição do Velho Chico


"O presidente Itamar Franco autorizou a execução do Plano de Transposição de Águas do Rio São Francisco para quatro estados do Nordeste – Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco. Ao custo de US$ 2,1 bilhões, o plano visava construir 240 quilômetros de canais e quatro elevatórias, transportando água de Cabrobró (PE) para a perenização de seis rios, abastecendo 220 cidades e aumentando a capacidade de irrigação de 175 mil hectares, para 1,6 milhão de hectares.

A primeira fase do plano, orçada em US$ 550 milhões seria financiada por empréstimos obtidos junto a bancos europeus e japoneses, através do Banco do Nordeste. A segunda fase custaria aos cofres públicos cerca de US$ 1,5 bilhão, sendo financiada pelo Banco Mundial.

O projeto de transposição, apesar de aprovado pelo presidente, não saiu do papel durante o seu mandato. O governo encontrou grande oposição por parte de diversos segmentos da sociedade, que achavam que a transposição das águas beneficiaria uma pequena parcela da população, em sua maioria latifundiários, retirando água que seria destinada ao uso humano para atender à demanda do agronegócio. Outra crítica ao projeto se referia a um possível aumento no processo de desertificação das margens do rio, com a retirada de parte de suas águas, o que poderia vir a causar a extinção do mesmo.

Em 1994, quando Fernando Henrique Cardoso assumiu a presidência, o projeto voltou a ser discutido. FHC assinou o documento “Compromisso pela Vida do São Francisco”, que propunha a revitalização do Velho Chico e um novo plano para a construções dos canais de transposição. Assim, com a revitalização, o rio suportaria adequadamente o desvio de uma pequena parcela das suas águas sem correr o risco de secar. Apesar das novas idéias, as obras não conseguiram ser alavancadas.

No primeiro mandato de Lula, no entanto, três empresas foram contratadas para reestudar o plano de irrigar as terras secas do agreste nordestino, desviando 2% do volume total das águas do rio. Em 2007, após o novo projeto ter sido aprovado, o Exército iniciou obras de construção de túneis na parte leste do rio, apesar da oposição de ambientalistas, habitantes de regiões banhadas pelas águas do Chico, indígenas e religiosos."

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