sábado, 28 de abril de 2012

28 abril de 1992 – Morre o polêmico Francis Bacon

 
"Famoso por suas pinturas dramáticas, retorcidas e macabras, e considerado um dos maiores nomes da arte britânica, Francis Bacon deixou o mundo de forma nada expressionista. O célebre pintor irlandês (que fez carreira na Inglaterra) morreu de um ataque cardíaco, aos 82 anos, durante uma temporada de férias na Espanha.

Francis saiu da casa dos pais cedo, após ter despertado raiva em seu pai, que o flagrou usando roupas íntimas femininas em casa. Ao chegar em Londres, o artista trabalhou como pintor e designer de móveis, escolhendo a primeira opção unicamente em 1933. Sua primeira mostra importante, Três estudos sobre a crucificação (1944), na Galeria Lefevre, em Londres, tornou-o conhecido como mestre do macabro, da crueldade física e psicológica.

A pintura de Bacon, com suas formas atormentadas e sangrentas, meio humanas, meio animais, remetiam a Picasso e ao expressionismo alemão, mas na verdade era vista pela crítica como fruto de um pesadelo pessoal. Ele mesmo preferia se afirmar como um realista que apenas recriava a violência cotidiana. “Não se pode ser mais horroroso do que a própria vida”, dissera certa vez.

Apesar da obra de Bacon ter sido marcada pela angústia, sua vida era cheia de entusiasmo. O descendente do filósofo inglês Francis Bacon (1561-1626) tinha muitas paixões além da arte: casas noturnas, o jogo, a bebida e os homens. Ele foi considerado um dos pintores vivos mais caros do mundo. Nos anos 70, a tela Triptych May-June foi vendida por quase US$ 7,2 milhões na Sotheby´s de Londres, quantia recorde, na época, para um pintor inglês do século XX.
Francis Bacon, mestre do grotesco e disforme, nasceu há cem anos

As influências de Bacon começaram com Picasso (“Quando vi aquelas figuras senti uma espécie de choque e percebi que queria ser pintor”), mas, ao longo da vida, foi acumulando outras preferências: Velázquez, Seurat, Cézane, Rembrandt. Ele, no entanto, nunca quis teorizar sobre seu trabalho: “Não vale a pena falar de pintura, porque no final das contas, acaba não se dizendo nada”."
Estudo para o Papa Inocêncio X de Velazquez, 1953.
Pintura, 1946.
Segunda versão do tríptico 3, 1944.

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