"Em discurso para políticos mineiros nesta quinta-feira (18), em um restaurante em Belo Horizonte, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva sinalizou ser favorável à reedição da aliança PT-PSDB em torno da tentativa de reeleição do prefeito da capital mineira, Marcio Lacerda (PSB).
Sem falar abertamente sobre a disputa eleitoral do ano que vem, e apesar das críticas ao governador Antonio Anastasia (PSDB), Lula deu seu recado aos petistas - especialmente aos que, como em 2008, resistem à reedição da aliança.
"Não precisamos ser iguais para fazer aliança política. É a junção dos diferentes que permite construir a democracia", afirmou ele.
Ao chegar para o almoço em homenagem a Lula, o prefeito Lacerda disse que o ex-presidente tem "simpatia" pela reedição da aliança que o elegeu em 2008, com o PT e o PSDB juntos.
"Até onde eu sei, em 2008 ele foi uma peça importante nessa composição. O [ex] presidente apoiou essa composição vitoriosa para governar a cidade. Eu sei que ele tem simpatia pela repetição da aliança", afirmou Lacerda.
Dessa articulação em 2008 participaram também o atual ministro do Desenvolvimento Econômico, Fernando Pimentel (PT), a quem Lacerda sucedeu na prefeitura, o senador Aécio Neves (PSDB), então governador de Minas, o ex-ministro Ciro Gomes e o governador Eduardo Campos (PE), presidente nacional do PSB.
Em seu discurso, Lula disse ainda que foi sob sua gestão que um governador de Minas mais recebeu verbas federais. O governador era o tucano Aécio Neves.
Nem por isso ele deixou de criticar os tucanos, especialmente o atual governador Antonio Anastasia que defendeu recentemente a existência de uma CPI para investigar corrupção no governo federal. A afirmação de Anastasia foi feita em entrevista ao programa "Poder e Política - Entrevista", conduzido pelo jornalista Fernando Rodrigues no estúdio do Grupo Folha em Brasília. O projeto é uma parceria do UOL e da Folha.
CRÍTICA
A crítica indireta a Anastasia ocorreu por conta da greve dos professores estaduais, que já dura 71 dias. Eles cobram o pagamento do piso nacional dos professores, estabelecido por lei federal, calculado sobre o vencimento básico, conforme decisão recente do STF (Supremo Tribunal Federal).
"É uma pena que a gente aprovou há três anos o piso dos professores e tem governador nesse país que ainda não paga o piso e acha que é muito o salário de pouco mais de R$ 1.000 para um professor", disse.
Anastasia tem afirmado que o piso pago em Minas é até superior ao piso nacional porque vale para 24 horas semanais, enquanto o nacional corresponde a 40 horas de trabalho. A diferença, contudo, é que ele é calculado sobre todas as gratificações e penduricalhos."
Fonte: Folha
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