"Horas após a morte do Imperador Hiroíto, que reinou durante 62 anos, seu filho Akihito foi entronizado em cerimônia que emocionou milhares de japoneses, os quais saudavam o 125º monarca da linha de sucessão nunca interrompida de 2.600 anos do trono do Crisântemo. Ao assumir o posto do pai, Akihito deu início a uma nova era, denominada Heisei, ou “da plena realização da paz”. Hiroíto morreu de câncer aos 87 anos, finalizando a era Sowa, ou da “paz resplandecente”.
De acordo com a tradição imperial, 61 cerimônias deveriam ser realizadas nos dois anos seguintes à morte do Imperador, relativas à despedida do monarca morto e à investidura do sucessor. Na tarde do dia sete, foi realizada a primeira delas, na qual Akihito recebeu as jóias, a espada e o sinete imperial. Na mesma solenidade, a viúva do antigo Imperador foi declarada impetratriz viúva e o primogênito de Akihito, príncipe herdeiro.
A oficialização do regime de uma nova era para cada Imperador foi estabelecida por uma lei de 1979, que encontrou forte resistência, em especial dos partidos socialista, comunista e social-democrata japonês. Assim que Hirohito foi entronizado, o PS e o PC exigiram a abolição da monarquia, acusando o falecido Hiroíto de máxima responsabilidade na agressão de Pearl Harbor, ação que deu início à participação japonesa na Segunda Guerra.
Do lado oposto, o premiê Noboru Takeshita, que decretou luto oficial de seis dias no país, transmitiu mensagem de condolência à família e insistiu em dizer que o Japão se envolveu na Segunda Guerra contra a vontade de Hiroíto. “O empenho do Imperador após a guerra, para consolar a população e inspirar-lhe coragem de trabalhar pela reabilitação do país, permanece profundamente gravada no coração do povo”, declarou a uma rede de TV.
Com a posse de Akihito, o trono japonês passou a ser ocupado por um ser humano, e não mais por um Deus vivo, como seu pai era considerado pelo povo. O novo monarca foi criado entre plebeus e se caracterizou por não seguir à risca a tradição imperial. Em 1959, causou polêmica ao se casar com uma plebéia, Michiko Soda, que não foi bem aceita pela Corte apesar de aclamada pelo povo, em cerimônia que atraiu 500 mil pessoas em Tókio.
Akihito assumiu o trono com experiência nos protocolos de monarquia, já que, ao adoecer, seu pai lhe passou grande parte das funções oficiais do Imperador. Em 1952, quando foi declarado príncipe herdeiro, Akihito passou a representar o Imperador em missões no exterior, tendo feito 22 viagens para “promover a amizade entre os povos”, segundo suas próprias palavras.
Hoje, Akihito ainda é o Imperador da Terra do Sol Nascente, sendo conhecido por demonstrar uma atitude pacifista e conciliadora, principalmente com os antigos rivais do Japão: China e Rússia."
Fonte: www.jblog.com.br
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