quinta-feira, 14 de novembro de 2013

14 de Novembro - Dia dos Bandeirantes


Comemorado nesta data para homenagear os desbravadores das terras brasileiras, que tinham como missão sair em busca de ouro e pedras preciosas, em expedições a pé, caminhando por milhares de quilômetros pelo território do Brasil.
Eles foram responsáveis pela expansão do território antigamente chamado de Terras Brasilis para além da linha imaginária estabelecida pelo Tratado de Tordesilhas, muito embora essas expedições que entraram para a história como "Bandeiras" também tenham provocado o aniquilamento de inúmeras aglomerações indígenas no Brasil.
Foram os bandeirantes os responsáveis pela ampliação do território brasileiro além do Tratado de Tordesilhas.
Os bandeirantes penetram no território brasileiro, procurando índios para aprisionar e jazidas de ouro e diamantes.
Foram os bandeirantes que encontraram as primeiras minas de ouro nas regiões de Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso.
Dos 08,5 milhões de Km² do território do Brasil, cerca de 5 milhões devem-se à determinação de um grupo de exploradores que, atuando por própria conta e risco e, quase secretamente, enfrentaram os inúmeros perigos das selvas do Brasil, em busca de riqueza.
Os “Bandeirantes” que saíram de São Paulo e de Belém do Pará.


Bandeirante é entendido hoje em dia como um sinônimo de paulista, mas, as bandeiras foram um fenômeno geral de expansão e ocupação de todo o território brasileiro na época colonial. E, embora o fulcro principal do bandeirismo tenha sido o aglomerado que surgiu em torno do Colégio dos Jesuítas, no planalto de Piratininga, e que o padre Manuel da Nóbrega, seu fundador, dedicou ao apóstolo São Paulo, existiu, na verdade, um outro núcleo importante em Belém, no Norte do Brasil. Houve, portanto, um bandeirismo paulista e um bandeirismo amazônico. O de São Paulo foi mais característico e estável; o do Pará, após a expansão inicial, frustrou-se.
O nome mais importante do bandeirismo paulista é, inegavelmente, Antônio Raposo Tavares, português de nascimento, ao contrário dos restantes, que eram mestiços. No bandeirismo amazônico, a figura mais impressionante e quase única é Pedro Teixeira, que subiu o Rio Amazonas até ao Marañon, no Peru.
Aos bandeirantes paulistas deve-se a descoberta de ouro em Mato Grosso e Minas Gerais, a ocupação das terras situadas na bacia do Rio São Francisco, a destruição de um Estado formado por escravos fugidos, o Quilombo dos Palmares, em Alagoas e Pernambuco, o desbravamento e ocupação das terras interiores do Nordeste brasileiro até ao Piauí.
Ambos os ciclos bandeirantes expandiram os limites do território brasileiro para além dos fixados pelo Tratado de Tordesilhas, de 07 de Junho de 1494, no qual Portugal e a Espanha dividiam entre si as terras situadas no Atlântico Sul. Nos termos deste tratado, a linha de fronteira luso- espanhola passava pelas proximidades das cidades de Cananeia, no Sul e, Belém, no Norte, deixando à Espanha praticamente toda a bacia amazônica, além da totalidade do território do Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Mato Grosso, dois terços do território de São Paulo, Goiás e nove décimos do Pará e todo o Amazonas, e grande parte de Minas Gerais, totalizando de 5,5 a 6 milhões de quilômetros quadrados. Esta grande extensão de terra foi incorporada ao território brasileiro pelo esforço gigantesco das bandeiras paulistas e amazônica.
No Norte, os bandeirantes amazônicos utilizaram exclusivamente o sistema fluvial, guiados pelos índios arauaques.
No Sul, os bandeirantes paulistas percorreram as trilhas e caminhos indígenas, guiados pelos índios tupis e tribos tupinizadas. O principal caminho, o Piabiru, estendia-se por cerca de 200 léguas de sesmaria pelo interior do continente, por aproximadamente 1.400 Km, ligando São Paulo, no litoral, ao Paraguai.
Este foi o caminho desbravado primeiramente pelos jesuítas do Colégio de São Paulo para alcançar o Peru, e, depois, o caminho de internamento das bandeiras que buscavam guaranis pacificados das missões dos Jesuítas e os índios das tribos guaranizadas para vendê-los como escravos.
Os índios arauaques, aliados dos bandeirantes na Amazônia, ocupavam uma extensa área que ia desde o Orenoco, pelo vale dos rios Amazonas, Madeira-Mamoré e Guaporé, até ao Alto e Médio Paraguai. Os Tupis-Guaranis adensavam-se na bacia do Rio da Prata e estendiam-se, aparentemente sem solução de continuidade, até à vasta zona geográfica das florestas tropicais úmidas, alcançando já em tempos históricos, a Ilha de Tupinabarana, em águas amazônicas. Essa grande extensão geográfica das culturas tupi-guaranis acarretava relações muito intensas entre as tribos, das quais a colonização portuguesa soube sabiamente tirar partido.
A expansão bandeirante não pode ser explicada sem a constatação do aproveitamento das relações intertribais das culturas tupi-guarani e arauaque. Os Índios forneceram o conhecimento dos caminhos por terra da navegação pelos rios, desvendando ao colonizador a rede fluvial do Rio da Prata e do Amazona.
Os dois núcleos principais das bandeiras – São Paulo e Belém do Pará – não constituíam centros econômicos importantes na vida da Colônia. Ambas as localidades se caracterizavam por uma economia de colecta e apresamento de mão-de-obra, vivia da bateia de ouro nos rios, constituindo esse ouro aluvial, depois dos escravos índios, a sua principal riqueza.
O pequeno povoado paulista, apertado pela Serra do Mar, via os seus rios nascerem a pequena distância do litoral, porém com o curso dirigido para o interior do sertão. Ao invés de descerem serra abaixo e desaguarem no mar, eles corriam sertão adentro, como o Rio Tietê, indicando, deste modo, a direção às bandeiras paulistas. Atravessando o sertão selvagem, esses rios iam desaguar na bacia do Rio da Prata. Este papel geográfico dos rios paulistas, indicando aos bandeirantes o sertão de índios e riquezas fabulosos, foi a condição natural para o desempenho histórico das bandeiras, que conduziram a fronteira política do Império Português na América aos limites da bacia pratina. Nos fins do século XVl, os índios do planalto paulista e da costa do lagamar santista foram vencidos pela superioridade da colonização lusitana, escravizados ou posto em fuga, internando-se no sertão.
Partiram de São Paulo as chamadas protobandeiras do misterioso Aleixo Garcia em 1526, de Pêro Logo em 1531 e de Cabeza de Vaca, em 1541. A primeira notícia mais ou menos oficial de uma bandeira operando com colonos e índios vicentinos data de 1562, dirigida por Brás Cubas e Luís Martins, mas ignora-se o seu itinerário. Acredita-se que tenha percorrido cerca de 300 léguas de sertão e que teve por objectivo a busca de ouro, cujos vestígios só foram encontrados em Jeraguá, nas proximidades de São Paulo. Em outras regiões do Brasil iniciavam-se as entradas no sertão. De Ilhéus partiu Luís Alves Espinha em direção a Oeste, de Pernambuco saíram Francisco de Caldas, Gaspar Dias de Taíde e Francisco Barbosa em direção ao sertão do São Francisco.
Data de 1538 o chamado ciclo das esmeraldas. De Porto Seguro partiu para o sertão Filipe Guilherme. Outras entradas conhecidas são as de Miguel Henriques, em 1550, de Francisco Bruza de Espiñosa, em 1554, ao vale do Jequitinhonha, Vasco Rodrigues Caldas, em 1561 ao sertão do Paraguaçu, Martim Carvalho em 1567 ao Norte de Minas Gerais e Sebastião Fernandes Tourinho, em 1572, aos rios Doce e Jequitinhonha. Em fins do século XVl, João Coelho de Sousa morria nas selvas das cabeceiras do Paraguaçu. Belchior Dias Moreira atingiu com a sua expedição a Chapada Diamantina.
Mas o facto extraordinário é que os bandeirantes, no seu percurso da bacia do Rio da Prata à bacia amazônica, navegaram em onze meses, 3 mil léguas, o equivalente a quase meia volta ao Mundo ! Partindo de São Paulo, a expedição rumou para o Paraguai, daí acercou-se da Cordilheira dos Andes através do sistema orográfico chiquitano, de onde alcançou a região dos índios chiriguanos. Explorou as faldas orientais dos Andes, regressando, em seguida, pelo Guapaí até à planície crucenha, de onde iniciou o fantástico trajeto fluvial pelo Guapaí, Mamoré, Madeira e Amazonas, onde alcançou a Gurupá. Portanto, iniciada em São Paulo, a bandeira de Antônio Raposo chegou à bacia do Rio da Prata e os Andes Orientais, cruzando o divisor de águas amazônico-pratino, navegando nas águas do Amazonas e seus afluentes até ao Arquipélago Marajoana, no grande delta.
Por ação dos Bandeirantes, a pouco e pouco, as linhas de demarcação da ocupação da terra iriam consolidar-se numa nova configuração geográfica, empurrando para a bacia do Rio da Prata e velha linha do Tratado de Tordesilhas, Dando à Colônia Lusitana na América o traçado de onde iria surgir uma nova nação – o Brasil moderno, nascido monárquico e independente, e que cobre uma extensão territorial de 8.500.000 quilômetros quadrados!

O Estado de São Paulo se orgulha de ser chamado de Bandeirante, porque foi das margens do Rio Tietê que a maioria das expedições partiu, para desbravar o Brasil e ampliou suas fronteiras.
No início da colonização havia muita escassez, pobreza e isolamento, (a capital era Salvador) como vimos nos relatos históricos da fundação da primeira vila, São Vicente, no litoral paulista, e da primeira vila no interior.
A única saída para os vicentinos - como eram chamados os paulistas - foi explorar o interior. Para isso, primeiro escravizaram os índios e, depois, seguiram à procura de ouro e de pedras preciosas. No final do Séc. XVI, esse movimento para o interior se intensificou com a ajuda do Governo Geral que estimulou a busca de riquezas, oficializando as bandeiras.
Antes porém, esses colonizadores, estavam interessados em capturar os índios que integravam as missões dos jesuítas, que foram instaladas no interior após o primeiro conflito que tiveram com os religiosos, uma vez que esses nativos já estavam habituados ao trabalho agrícola.
Com esse objetivo começaram a atacar as missões e se apropriaram de milhares de "peças", nome dado aos escravos, índios ou negros. A oportunidade parecia única, assim em 1623, partiram tantas bandeiras que São Paulo se tornou quase um povoado só de mulheres, crianças e velhos.
No ano seguinte, os bandeirantes protestavam, indignados, contra um decreto do governador, que destinava à Coroa a quinta parte dos indígenas capturados. O apreçamento (captura de "peças") se tornara uma atividade econômica de vulto, altamente lucrativa. Por isso, devia pagar impostos, como ocorria com a pesca da baleia e o comércio de pau-brasil.
No começo do século XVIII, as Minas Gerais já estavam em plena produção, entretanto, os paulistas continuavam em suas andanças pelo sertão. Em 1716, alcançaram as margens do rio Cuiabá, em busca dos índios coxiponós e da lendária serra dos Martírios.
Em 1718, empreenderam as expedições que abriram a era das monções, descobrindo o primeiro ouro de Mato Grosso. Os bandeirantes, à caça de índios, encontravam, casualmente, pepitas de ouro cravadas nas margens dos rios.
Entusiasmados, eles iniciavam o garimpo com instrumentos improvisados - um prato de refeição servia de peneira na lavagem das areias auríferas, um cano de espingarda, de picareta - ou mesmo com as mãos. Assim, outros aventureiros vinham se juntar e um novo povoado nascia, porém, eram freqüentes os ataques dos índios. Quando outra bandeira recebia a notícia, corria em seu auxílio.
Afastavam o perigo e, para recomeçar o trabalho de extração do metal, podiam contar com os instrumentos adequados trazidos por eles. Chegavam também com ferreiros, carpinteiros, alfaiates e tudo o que faltava para formar um arraial de verdade. Como as distâncias eram imensas as notícias, que chegavam às vilas, tornavam esses bandeirantes, personagens lendários, e centenas de pessoas saiam de São Paulo para irem trabalhar junto à bem sucedida expedição.
Assim foi, com as "lavras do Sutil", depois conhecidas por minas do Senhor Bom Jesus do Cuiabá descobertas por acaso pelos índios do arraial de Miguel Sutil.
Um bandeirante paulista de Sorocaba, que se fixou às margens do rio Cuiabá, para explorar a região. A partir de então se organizou a arrecadação de impostos.
Durante anos os bandeirantes penetraram cada vez mais no sertão. Muitas bandeiras fracassaram por causa da fome, das doenças, e dos combates com os índios, mas algumas tiveram sucesso e, graças a elas, o território nacional foi alargado. A esses bandeirantes devemos os contornos aproximados do Brasil atual.
Hoje em dia, os mais famosos bandeirantes são honrados com monumentos e nomes de vias públicas, como Fernão Dias, Raposo Tavares, Anhanguera. Mas, se por um lado admiramos o heroísmo desses homens, por outro, lamentamos a cruel atuação de alguns deles na destruição das missões jesuíticas e na captura dos índios.
Nos tempos atuais, o bandeirantismo é movimento uma associação organizada, que se encontra em quase todos os estados brasileiros e regulamentadas pela Federação dos Bandeirantes do Brasil.
Os integrantes são meninos e meninas. Uma vez filiados, todos se comprometem a cumprir essas normas, que entre outras coisas, defende a proteção das plantas e dos animais, estimula a enfrentar com sabedoria as dificuldades, desenvolve o conceito de cidadania, além de motivar uma atitude responsável e solidária.
Ou seja, incentivam os jovens a desenvolverem o espírito desbravador e aventureiro dos bandeirantes, para enfrentarem os novos desafios sociais do século XXI.

Dia do Bandeirante

Os principais bandeirantes do Brasil foram:

- Antônio Raposo Tavares (1598 -1658), português, segurou a invasão dos espanhóis e dos holandeses, no nordeste do Brasil; garantiu para o país os estados do Paraná e Santa Catarina.
- Fernão Dias Pais Leme (1608 – 1681), era paulista, foi o responsável pela bandeira das esmeraldas, onde explorou os vales de vários rios, como o Paraopeba, das Velhas, das Mortes, Aracuaí e Jequitinhonha. Participou também das bandeiras dos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, chegando ao Uruguai.
- Bartolomeu Bueno da Silva (1672 – 1740), era paulista e um dos mais importantes do ciclo do ouro em Minas Gerais, mais tarde desbravou as regiões de São José do Pará e Pintangui, encontrou muito ouro no rio Vermelho e algumas jazidas no rio dos Pilões e rio Claro.
- Domingos Jorge Velho (1614 – 1703), era paulista, mas falava a língua dos indígenas, foi o responsável pelo extermínio do quilombo dos Palmares - onde os escravos refugiados se abrigavam, depois das tentativas de quinze outras expedições, também dominou vários grupos indígenas do Maranhão, Ceará e Pernambuco.
- Borba Gato (1628 – 1718), também era paulista, foi um dos responsáveis pelo ciclo do ouro no século XVII, foi nomeado guarda-mor de Rio das Velhas, ganhou terras na região, onde fundou o arraial de Sabará, também ocupou o cargo de superintendente das minas. 

O movimento dos bandeirantes, ou simplesmente bandeiras, foi um movimento iniciado em meados do século XVII.
Os bandeirantes foram, praticamente, os desbravadores do Brasil. Bartolomeu Bueno da Silva, Antônio Raposo Tavares, Manuel de Borba Gato e Fernão Dias Pais são alguns dos mais famosos bandeirantes.
No início do movimento, os bandeirantes adentravam o país em busca de índios para serem escravizados. Depois que a escravidão de índios deixou de ser usual, ele passaram a procurar no interior do país metais preciosos. Foi aí que o ouro foi descoberto em Cuiabá e também em Minas Gerais. Goiás também teve suas cidades mineradoras como a antiga Vila Boa – atual Cidade de Goiás – e Pirenópolis. Os bandeirantes também capturavam escravos fugitivos que se embrenhavam dentro de matas para formar quilombos. O Quilombo dos Palmares, por exemplo, foi destruído por um grupo de bandeirantes.
Durante suas aventuras no território brasileiro, os mantimentos dos bandeirantes muitas vezes acabavam. Assim, eles eram obrigados a montar acampamentos para plantar e fazer reposição do estoque de mantimentos. Esses acampamentos davam origem a pequenos arraiais. Os arraiais formados por causa da mineração, muitas vezes desapareciam junto com a prospecção ou então davam origem a municípios.
As descobertas de ouro e pedras preciosas no Brasil tornaram-se as mais importantes do Novo Mundo colonial. A corrida por minerais preciosos resultava na falta de gente para plantar e colher nas fazendas. Calcula-se que, ao longo de cem anos, foram garimpados dois milhões de quilos de ouro no país, e cerca de 2,4 milhões de quilates de diamante foram extraídos das rochas. Pelo menos 615 toneladas de ouro chegaram a Portugal até 1822. Toda essa fortuna não foi reinvestida no Brasil, nem em Portugal: passou para a Inglaterra, que vinha colhendo os frutos de sua Revolução Industrial.


Fontes: http://www.brasilescola.com/datacomemorativas/dia-do-bandeirante.htm / Google/ www.ufg.br / www.geocities.com

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