quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Dia da Seresta



Comemoração criada em Diamantina- MG, para marcar a data do nascimento do médico, militar e político brasileiro, Juscelino Kubitschek de Oliveira, que veio ao mundo em 12 de setembro de 1902 e foi o 21º presidente do Brasil, sempre gostando muito desse gênero musical. 
A seresta jamais representou uma atividade isolada no contexto musical do País. Ao contrário, relaciona-se intimamente com outras manifestações musicais. O estilo escolhido para uma atividade de seresta pode ficar a critério ou ao gosto dos apreciadores. O que predomina é a linha melódica romântica, suave, envolvente... mas podem entrecruzar-se, na seresta, vários ritmos que, com arranjos devidamente adaptados, prestam-se perfeitamente a uma adorável serenata: a modinha tradicional; a canção romântica; o lundu (lundu-canção),o samba (samba-canção), o choro (choro-canção); o bolero, a valsa, a toada, a guarânia; 
o fox-canção (que o diga o seresteiro que canta "Nanci"!); até o fado, o tango! (quem não aprecia ouvir "El Dia Que Me Quieras" em ritmo de samba-canção?) e tantas outras que a criatividade do seresteiro inspirar...

Durante os dois primeiros séculos de colonização - séculos XVI e XVII, o que se ouvia em termos de música no Brasil constituía-se, além dos cânticos religiosos, nos cantos de danças rituais indígenas, nos batuques dos africanos, quase sempre também rituais, e nas cantigas dos europeus colonizadores. Os cantos indígenas costumavam ser acompanhados por instrumentos de sopro, como flautas e apitos, e por maracás e bate-pés. Nos cantos dos africanos, eram utilizados tambores, atabaques, marimbas, palmas, xequerés e ganzás.

A música dos europeus, por sua vez, ainda continha ecos dos gêneros medievais: serranilhas, xácaras, coplas e romances. 
A interinfluência desses gêneros, concomitante com o desenvolvimento do processo de heterogeneização da população (mistura de raças, formação de novas classes sociais, etc.) mostrou-se expressiva a partir de meados do século XVIII, fazendo-se representar pelas modinhas e lundus.

A modinha passou a ser cultivada nos salões por compositores eruditos, desde que o mulato carioca Domingos Caldas Barbosa a divulgara em Portugal, em meados do século XVIII. Por essa razão, pesquisadores como Mário de Andrade chegaram a admitir que a modinha fosse originariamente aristocrática e só mais tarde teria caído no gosto popular, cantada ao violão por seresteiros e boêmios românticos.

De fato, por cerca de um século a modinha havia realmente sido a música de salão predileta dos compositores clássicos de Brasil e Portugal. No entanto, por volta de 1830, sua repopularização já vinha sendo promovida pelos poetas românticos que escreviam versos musicados não por músicos eruditos, mas por simples tocadores de violão e, assim, as composições ganharam as ruas ao som de violões e seresteiros anônimos. Grandes poetas românticos, no Rio de Janeiro, como Laurindo Rabelo, Gonçalves de Magalhães, Casimiro de Abreu e Gonçalves Dias, costumavam reunir-se na loja do livreiro e também compositor Paula Brito, passando a compor versos que eram musicados por esses simples músicos do povo.

Meados do século XIX: nessa época, teve grande significado a figura de Xisto Bahia (1841-1894), um compositor baiano autodidata, de origem popular que, sendo também ator de teatro, serviu como intermediário entre a cultura popular e a da classe média, interpretando modinhas suas e alheias, de maneira especial.

Seu prestígio influenciou figuras da própria elite a se lançarem autores de modinhas, como o Visconde de Ouro Preto, o historiador Melo Moraes Filho (avô do nosso querido poetinha Vinícius de Morais) e o poeta pernambucano Plínio de Lima. Em pouco tempo, (conforme publicado na obra "Donga e os Primitivos"), "os seresteiros podiam contar com modinhas como a famosa "A Casa Branca da Serra", que em 1880 Guimarães Passos compôs e cantou numa memorável noite de boêmia(...)”.

Xisto Bahia também compunha inspirados lundus, mas, aos poucos, foi caindo no esquecimento, porque as velhas modinhas e lundus vinham cedendo espaço a novos ritmos. 
Quando, porém, em 1902, a Casa Edison começou a gravar os primeiros discos (antes eram usados cilindros), seu lundu "Isto é Bom", interpretado pelo cantor Baiano, foi a música escolhida para inauguração do novo processo.

Fonte: seresta.tripod.com

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