domingo, 28 de julho de 2013

Vença a Amaxofobia

"A amaxofobia, também conhecida por "medo de dirigir", é uma sensação irreal de descontrole sobre o veículo. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde, é um mal que atinge 6% da população brasileira, principalmente mulheres de 30 a 65 anos de idade. O medo de fracassar vem acompanhado de uma série de pensamentos, quando o condutor visualiza estar envolvido em acidentes de trânsito.
A psicóloga Salete da Luz Coelho Martins explica que a amaxofobia faz com que o corpo responda com alguns sintomas fisiológicos, como a sudorese, tremores, dores de barriga, dores de cabeça, boca seca, aceleração do ritmo cardíaco, tensão muscular, formigamento e até mesmo vertigens.

Salete comenta que a pessoa que sofre de amaxofobia tem um perfil característico. "É uma pessoa emotiva, perfeccionista, sensível a críticas e que não se permite errar. Ela não gosta de ser o centro das atenções, é exigente consigo mesma e não suporta magoar ou atrapalhar os outros", descreve. A psicóloga relata que geralmente, com a fobia de dirigir, outras doenças psicológicas se manifestam, como os transtornos Obsessivo Compulsivo, de Ansiedade Generalizada e de pânico, fobia social, agorafobia, medo de errar, Síndrome de Burnout, ansiedade, baixa autoestima e falta de confiança. Na próxima página, saiba mais sobre cada uma dessas doenças psicológicas que acompanham a amaxofobia.


Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC)

Pensamentos e comportamentos compulsivos que escravizam a pessoa que sofre desse mal. Manifesta-se através de rituais como limpeza, repetição, verificação, acúmulo, ordem, simetria ou coleção.

Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG)

É caracterizada pela preocupação ou ansiedade excessiva. Para o diagnóstico, é importante que transtornos de pânico e fobia social sejam descartados e os sintomas durem mais de seis meses, sendo diferenciada da ansiedade normal.

Fobia social

Sensação de ansiedade ao ser observada pelos outros. As situações temidas são diversas, como escrever na frente dos outros, falar em público e até mesmo comer em restaurantes ou lugares públicos. Dependendo da intensidade, a fobia social pode chegar a crises de pânico.

Agorafobia

É a ansiedade na qual o sentimento de desproteção é total e o risco de morte é constante. Quem sofre desse mal tende a evitar lugares ou situações em que a ajuda pode não estar disponível.

Transtorno de Pânico com Agorafobia

Sua característica principal remete aos ataques de pânico recorrentes e inesperados. Torna o paciente dependente de outras pessoas para realizar tarefas como ir à padaria ou simplesmente ir ao local de trabalho.

Medo de errar

É quando a sensação de errar cria pavor, pois há necessidade de ser perfeito. O sentimento de culpa toma conta do paciente, condicionando-o a pensar e prever todas as situações possíveis para evitar futuros erros.

Síndrome de Burnout

Também é conhecida como "Síndrome do esgotamento profissional". Acontece quando o desejo de ser o melhor resulta em frustração pelo não reconhecimento. A necessidade de afirmação e realização profissional tornam-se obstinação e compulsão.

Baixa autoestima e falta de autoconfiança

O principal sintoma é a falta de amor-próprio. A pessoa sente-se incapaz de realizar tarefas e com isso tem a sensação de não ter valor ou merecimento.

Ansiedade

É o estado de alerta da mente para que o corpo esteja preparado para realizar uma ação, buscando alternativas ou ensaiando rotas de fuga. É a situação em que o cérebro julga necessária uma ação que nem sempre se concretiza.


Tratamento

O tratamento para quem sofre de amaxofobia começa com uma avaliação psicológica e, a partir dos dados coletados, o diagnóstico é realizado. O tratamento com maior índice de resultados positivos, para os casos de fobia, é a Terapia Cognitiva-Comportamental (TCC). Segundo Salete, o comportamento é o resultado dos pensamentos e das crenças que a pessoa possui a respeito de si e do mundo que a cerca. Sobre o desenvolvimento das fobias, a psicóloga comenta que geralmente essa forma de medo surge em atividades e modos de comportamento em que são exigidas habilidades que acreditamos não possuir.

As sessões de terapia são semanais e tem duração média de 50 minutos. Durante o tratamento o paciente é submetido a uma psicoeducação, onde aprende sobre o problema que o levou a procurar ajuda e a forma como lidar com ele. Algumas ações são propostas para aprender a controlar e até mesmo abolir esses sentimentos, girando em torno da mudança de comportamento do paciente.
Alguns casos mais simples podem ser resolvidos apenas com um curso de reciclagem de motoristas. Fabiana Leite, gerente da Autoescola Pinheiros, comenta que o curso oferecido é totalmente prático, partindo inclusive dos ensinamentos básicos, dependendo do grau de dificuldade do aluno. Os instrutores que atendem a esse público trabalham com a readaptação, identificando os pontos de medo, como baliza ou trânsito pesado. Os treinos são realizados em locais mais calmos até que o aluno sinta-se confortável e exerça total domínio sobre o veículo. Um pequeno acidente nesse período pode significar um trauma ainda maior.

Os valores cobrados pelas aulas de reciclagem são semelhantes aos cobrados para quem vai tirar a primeira carteira de habilitação. Fabiana comenta que algumas clínicas de psicologia oferecem, além do tratamento terapêutico, aulas práticas com o veículo do cliente.
"Aconselhamos a marcar duas aulas seguidas para que dê tempo do aluno sentir e se adaptar ao carro. Uma aula é pouco tempo. Quando o aluno começa a dominar o veículo, já está no final da aula". Segundo Fabiana, os alunos começam a se sentir seguros em torno da sexta aula, porém, isso é relativo, pois depende de cada caso."



Fonte: http://www.bbel.com.br/comportamento/post/venca-o-medo-de-dirigir/page2.aspx#sl


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