
Um estudo do Centro de Estudos sobre Estresse Humano de Montreal
(Canadá) descobriu que notícias ruins afetam mais as mulheres do que os
homens. Tanto que, quando passam por uma má situação depois de lê-las ou
ouvi-las, os níveis de estresse das mulheres aumentam muito. Elas
também se lembram das notícias ruins por mais tempo.
Notícias deprimentes ou perturbadoras desferem um golpe emocional
muito grande sobre as mulheres, deixando-as estressadas por muito mais
tempo do que os homens. Ler coisas ruins pode impactar negativamente até
outras áreas da sua vida.
Por fim, como as notícias permanecem em seu cérebro por mais tempo,
também as colocam em maior risco de transtorno do estresse
pós-traumático (TEPT).
O estudo
60 participantes, 30 homens e 30 mulheres foram divididos em dois grupos. Em um, eles leram notícias deprimentes ou “más”,
e no outro, as pessoas leram histórias não deprimentes.
e no outro, as pessoas leram histórias não deprimentes.
No grupo das más notícias, os pesquisadores notaram que tanto os
homens quanto as mulheres reagiram à leitura negativa, experimentando
níveis elevados de cortisol (o estado hormonal de “luta ou fuga” que o
corpo produz em resposta ao estresse).
Mas os homens pareceram ser capazes de “liberar” esse estresse e retornar a um estado normal antes das mulheres.
Os pesquisadores chegaram a essa conclusão na segunda parte do
estudo. Logo após a sessão de leitura, os participantes foram colocados
em uma situação estressante: com “juízes” por trás de um espelho, cada
participante foi convidado a apresentar seu caso para uma entrevista de
emprego, e depois de fazer contas aritméticas mentais com tempo contado
(ou seja, sob pressão).
As reações de homens e mulheres que leram notícias negativas
divergiram: as mulheres, em média, responderam ao desafio com níveis
mais elevados de estresse, medidos pelos níveis de cortisol na saliva.
Não que os homens não tenham se estressado: os que leram notícias
negativas reagiram com maior ênfase ao desafio estressante, porém, nas
mulheres a tendência foi muito mais pronunciada.
Sexo frágil?
De acordo com os pesquisadores, isso não quer dizer que as mulheres
são “extremamente” sensíveis e devem ser protegidas até mesmo de
notícias ruins.
Para começar, o estudo foi pequeno, e, portanto, precisa ser duplicado para ver se os resultados se confirmam.
Em segundo lugar, evidências sugerem que isso pode ter um lado bom para as mulheres: boa memória.
Estresse, desde que não crônico, pode contribuir para a consolidação
da memória. E essa teoria foi constatada pelos pesquisadores durante o
estudo.
Os que experimentaram algum estresse após a sua sessão de leitura de
notícias lembravam mais delas e de seus detalhes no dia seguinte,
principalmente as mulheres que tinham lido notícias ruins, que tinham a
melhor memória entre todos os participantes.
Por outro lado, a descoberta pode ajudar a explicar por que as
mulheres parecem estar em maior risco de desenvolver transtorno de
estresse pós-traumático (TEPT) do que os homens. Uma vez traumatizada, a
mulher pode “reativar” o estresse mais frequentemente. E sua memória
afiada e duradoura do evento angustiante também pode causar estresse por
si só.
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