segunda-feira, 24 de dezembro de 2012




 
"Esta pergunta foi feita várias vezes. Por que "Missa do Galo" no Natal? Explico. Antigamente, muito antigamente, não existia relógio. E como é que de noite as pessoas calculavam a passagem do tempo? Pelo cantar do galo. Assim, guiadas pelo cantar do galo (lá pelo meio da noite), na noite de Natal, as comunidades cristãs se reuniam nas igrejas para celebrar a Eucaristia. Por isso, apelidaram essa Celebração de "missa do galo", por causa do canto do galo no meio da noite. Portanto, "missa do galo" era a Celebração eucarística no  meio da noite de Natal, quando o galo costumava cantar pela primeira vez. Hoje, com relógio, chamamo-la de "Missa da noite de Natal".

Tradicionalmente, a Missa celebrada na véspera do Natal é denominada Missa do Galo. Este é o nome dado à celebração da Eucaristia que deve acontecer a meia-noite do dia 24 de dezembro, isto é, na véspera de Natal. A Missa foi instituída pelo Papa São Telesforo, no ano 143.

Desde o século IV, um hino latino cantado na cerimônia do Natal aponta o nascimento do Cristo no meio da noite. Daí o costume de assumir a meia-noite como hora do nascimento de Jesus.

A comunidade cristã de Jerusalém ia em peregrinação a Belém, para participarem da Missa do Natal, na primeira vigília da noite dos judeus, na hora do primeiro canto do galo. Anteriormente, no dia 25 de dezembro, as festividades eram pagãs, já que nesta data celebrava-se o Deus do Sol. O Imperador romano Constantino era cristão e instituiu a Festa de Natal neste dia. Em Roma, a celebração da Missa do Galo acontece, desde o século V, na Basílica de Santa Maria Maior.

Segundo o Monsenhor José Roberto Rodrigues Devellard, Coordenador da Comissão de Arte Sacra da Arquidiocese do Rio de Janeiro, o nome “Missa do Galo” teve origem no fato de Jesus ser considerado o sol nascente que veio nos visitar. Só a Missa do Galo e a Missa de Páscoa são celebradas à meia-noite, pois nelas há o sentido de procurar a luz no meio da noite.

O galo era considerado uma ave sagrada no antigo Império Romano. O animal passou a simbolizar vigilância, fidelidade e testemunho cristão. Monsenhor Devellard explica que esta ave é a primeira a ver os raios de sol e, portanto, ao reverenciar o sol nascente, o galo estaria louvando, primeiramente, a Jesus Cristo.

Há também quem diz que o nome “Missa do Galo” consagra a lenda segundo a qual à meia-noite do dia 24 de dezembro um galo teria cantado, anunciando a vinda do Messias. Outra origem da expressão é citada em o De onde vem as palavras, de Deonísio da Silva (Editora A Girafa): como o fato de a Missa de Natal normalmente terminar muito tarde “quando as pessoas voltavam para casa, os galos já estavam cantando”.
 
Frei José Ariovaldo da Silva, OFM / Google
 
 

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