domingo, 22 de janeiro de 2012

Hormônios e Peso

"Identificados pela primeira vez em 1902 pelos fisiologistas britânicos William Bayliss e Ernest Starling, os hormônios são produzidos por glândulas ou tecidos especializados, que os segregam conforme as necessidades do organismo.
Sendo “mensageiros químicos do corpo”, os hormônios regulam o crescimento, o desenvolvimento, controlam as funções de muitos tecidos, auxiliam as funções reprodutivas e regulam o metabolismo (o processo usado pelo organismo para produzir energia a partir dos alimentos).
Neste post vou falar daqueles que regulam a fome, o ganho de peso e sobre o que fazer para mantê-los sob controle.
1) INSULINA
Segregada pelo pâncreas, nas chamadas ilhotas de Langerhans, este hormônio administra os níveis de glicose no sangue. Após as refeições, os carboidratos são digeridos no intestino e reduzidos a pequenas moléculas de glicose que são absorvidas, entrando na corrente sanguínea.
A insulina é responsável pela entrada da glicose que vem do sangue nas células do organismo (musculares, adiposas, hepáticas e outras). Para que isso ocorra, ela se liga a receptores especiais nas células, como se fosse uma chave abrindo fechaduras localizadas em portas que existem nas paredes das células.
Após esta ligação, a glicose entra nas células, o que diminui seu nível no sangue e permite um controle adequado do metabolismo. Ela pode ser usada como fonte de energia ou estoque, sob a forma de glicogênio (que é um carboidrato de cadeia longa e armazena-se no fígado e músculos) ou sob a forma de gordura. Esta gordura é formada, principalmente, por triglicerídeos e também é armazenada no fígado e nos músculos. Quando em excesso, ela dá lugar aos “pneuzinhos”
Se o indivíduo continuar ingerindo carboidratos, a insulina continuará alta. Esse estoque, então, não será liberado para ser convertido em energia. A constante secreção de insulina faz com que os receptores fiquem “insensíveis” ou “resistentes”, diminuindo a sua ação. A insulina é um hormônio anabólico, ou seja, estoca energia.
Como controlar:
Carboidratos de baixo índice glicêmico (IG) ajudam a restringir a produção de insulina. Os de liberação lenta, de baixo índice glicêmico, são absorvidos gradativamente pelo organismo. Alguns carboidratos de baixo IG são: aveia, pão integral, legumes, vegetais folhosos e algumas frutas. Exercícios físicos são indispensáveis para manter a insulina sob controle, sempre aliados
com a correta alimentação.
2) GLUCAGON
Também secretado pelo pâncreas e por algumas células do intestino, o glucagon ajuda a manter os níveis de glicose no sangue, ao se ligar aos seus receptores nos hepatócitos (células do fígado), fazendo com que seja liberada glicose, armazenada na forma de glicogênio. Esse processo é chamado de glicogenólise. Assim que estas reservas acabam, o glucagon faz com que o fígado fabrique glicose adicional, através da gliconeogênese. Esta glicose é então lançada na corrente sanguínea. Estes dois mecanismos levam à liberação de glicose pelo fígado, prevenindo o desenvolvimento de uma hipoglicemia. Quando acabam os estoques de glicogênio, a gordura armazenada no fígado e no músculo começa a servir de combustível.
Como controlar
Começar o dia com uma refeição rica em proteína (como iogurte ou whey protein) e carboidrato de moderado índice glicêmico (como aveia e banana) e exercitar-se em seguida, pode ser uma boa forma de manter o equilíbrio insulina/glucagon e queimar gordura.
3) LEPTINA
A leptina é secretada pelas células de gordura (em resposta ao aumento da massa gordurosa) e manda ao cérebro uma mensagem de saciedade. Os obesos humanos apresentam aumento dos níveis de leptina. Isto sugere que sejam resistentes à mesma, da mesma forma que se cria uma resistência à insulina. Os níveis de leptina diminuem nos indivíduos que perdem peso. A resistência à leptina pode resultar na diminuição da entrada desta no cérebro, e está associada a níveis elevados deste hormônio no sangue.
Há teorias que associam a leptina à “memória” da gordura, o que explicaria porque os indivíduos que fazem dieta para perder peso têm dificuldade em mantê-la, tendendo a recuperar os quilos perdidos.
Como controlar
Não fazer dietas altamente restritivas. Reeducação alimentar, refeições balanceadas, sem “escapadas” e exercício físico regular.
4. GHRELINA
É produzida no estômago e é o principal hormônio responsável pela sensação de fome. Os níveis de ghrelina disparam perto da hora das refeições e diminuem depois que comemos. Estudos provaram que o stress crônico aumenta os níveis de ghrelina. Ela é influenciada pelo equilíbrio entre a insulina e o glucagon. Um estudo recente, do Exercise and Health Sciences, Loughborough University, descobriu que 1 hora de exercício aeróbico diminui significativamente os níveis de ghrelina e, consequentemente, o apetite, tanto durante o treino como, pelo menos, por uma hora depois.

Como controlar
Comer de 3 em 3 horas e fazer uma distribuição proporcional de 40% de carboidrato, 30% de proteína e 30% de gordura (monoinsaturada) na dieta.Exercícios físicos regulares.

5: GH O HORMÔNIO DO CRESCIMENTO
O GH (hormônio do crescimento) estimula o disco epifisário e o periósteo, durante a fase de crescimento. Ele é produzido até os vinte e um anos de idade. Após esta idade, sua produção cai drasticamente. Este hormônio é também anabolizante, estimula a lipólise (queima de gordura) e age de forma reparadora dentro de nosso organismo.
Quando o corpo produz insulina, estimula a lipogênese (estoque de gordura). Quanto mais açúcar é ingerido, mais insulina é gerada, e menos hormônio do crescimento é produzido.
Pelo fato de nosso corpo produzir o hormônio GH somente durante a noite, o consumo de carboidratos poucas horas antes de dormir não é adequado, pois ele estimula a produção de insulina, que inibe o processo de produção do GH. Aperfeiçoar a liberação de GH irá ajuda a construir músculos e, assim, a queimar mais gordura. Ao ganhar massa muscular, você aumenta o ritmo do metabolismo basal
Como controlar
Tanto a musculação quanto o trabalho aeróbico aumentam a produção de GH, mas a sua liberação é mais rápida nas duas primeiras horas do sono profundo. Por isso é difícil pessoas que não dormem bem conseguirem emagrecer. Procurar dormir sempre no mesmo horário, evitar exercícios intensos e atividades de muita concentração antes de ir para a cama; não ingerir bebidas com cafeína depois de 17 horas nem álcool próximo da hora de dormir; ao deitar, manter o quarto escuro e com temperatura agradável.
6. TESTOSTERONA
Além de controlar a excitação sexual e a agressividade, a testosterona pode acelerar o metabolismo, ajudando o corpo a construir músculos e queimar gordura. O nível de testosterona, tanto nos homens como nas mulheres, diminui com a idade, principalmente depois dos 40, sendo uma das principais causas da crise da meia idade. O metabolismo fica mais lento e há uma maior facilidade de armazenar gordura.
Como controlar
A musculação é uma das melhores formas de manter ou estimular a secreção natural de testosterona. Em casos de franca deficiência, pode se fazer reposição com hormônio Bioidêntico
7. ESTROGÊNIO
O hormônio feminino influencia também a distribuição da gordura no organismo. Aumenta a taxa anabólica, melhora a resistência à insulina, regula a temperatura corporal, previne o catabolismo muscular, estimula a síntese de miosina e eleva os níveis de energia. É por isso que, quando seu nível começa a cair, com o avanço da idade, a gordura corporal tende a mudar.
Um estudo da Universidade do Colorado, nos EUA, descobriu que o nível de estrógeno também tem impacto no gasto de energia durante o período de repouso.
Como controlar
Tanto o estrógeno quanto a testosterona precisam do mineral boro, para a sua produção. De acordo com uma investigação feita pela Universidade do Texas, nos EUA, as maiores fontes de boro são: manteiga de amendoim, café, maçã, banana, uva, feijão e brócolis. Após a menopausa, é aconselhável a reposição hormonal com hormônio bioidêntico, se não houver
contra-indicação específica.
8. TIROXINA
Manter a tireóide saudável é fundamental para que o organismo funcione bem. O hormônio tiroxina (T4), produzido por essa glândula, ajuda a regular o metabolismo e não pode ser alterado por exercícios ou alimentos. E, ao contrário do que muita gente pensa, hipotireoidismo não produz grande ganho de peso, embora torne o metabolismo mais lento, cause letargia e constipação intestinal. Pode haver ganho de 3 kg a 4 kg, mas em função de um acúmulo de uma substância gelatinosa entre as fibras musculares, chamada mixedema. A hiperestimulação da tireóide promove, sim, uma grande perda de peso, mas à custa da queima de músculos e não de gordura. Está normalmente associada à irritação, distúrbios de sono, agitação, maior sensação de calor, sudorese e taquicardia. É clinica e moralmente errado e perigoso usar o hormônio da tireóide para emagrecer. O sal marinho é normalmente enriquecido com iodo para suprir as necessidades diárias.
Como controlar
Existe uma crescente incidência de distúrbios da tireóide, seguramente relacionados ao grande aumento de “disruptores endócrinos“ como fertilizantes e defensivos agrícolas. É importante fazer exames periódicos, especialmente se houver diminuição dos níveis de energia, fadiga e queda de cabelo."
   328065 imagem2 Uma boa noite de sono ajuda a perder peso
Por Dra. Regina Mestre

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