"Esta semana que começa promete ser divisora de águas para a aliança PT-PSB e, por extensão, para a sucessão eleitoral em Fortaleza. No PT, o dia 15 de janeiro, domingo que vem próximo, foi definido para a apresentação do nome que representará o partido na sucessão da prefeita Luizianne Lins (PT). O calendário está mantido. Não houve nenhuma ponderação sobre o fato de o governo Cid Gomes ainda estar tonto com o que aconteceu na primeira semana do ano no setor de segurança pública. Pelo contrário. Estranhamente, houve petista que segurou o riso sobre o que aconteceu. Para reforçar a tese, não houve, publicamente, nenhuma manifestação de solidariedade política por parte da Prefeitura de Fortaleza. Nem sobre o esforço do Governo do Estado em resolver a crise. Inclusive, chamando reforço de fora das fileiras militares cearenses, para garantir a festa do Réveillon, que tanto deslumbra a prefeita e seus seguidores.
Na última quarta-feira (5), já depois do pior momento da crise (terça-feira, 3), um canal de televisão exibiu uma entrevista com Luizianne. Ela jogou loas na festa da virada do ano na Beira Mar e reforçou que segurança pública é responsabilidade do Governo do Estado. Sobre o poder de polícia, o que a petista disse é fato. Mas não foi uma declaração de aliada preferencial do Palácio da Abolição.
Aqui já foi dito que o poder de negociação de Cid e Luizianne poderia ser medido pela força com que cada governo chegasse no momento da conversa sobre os rumos da aliança PT-PSB. Parece ser esse o caso. Claramente, o vento sopra a favor do PT.
Político e momentaneamente, Luizianne está mais forte do que Cid. Ela vem num crescente de exposição pública favorável. Há uma agenda positiva. Projetos da Prefeitura começam a desengrenar. Portanto, chegada a hora de começar a bater o martelo, a petista sentará à cabeceira da mesa.
Mas isso está longe de ser decisivo em uma disputa eleitoral tão puxada, altamente profissionalizada, caríssima e bastante complexa. Impor um nome não significa fazer um sucessor. Mesmo emplacando o nome que deseja e na hipótese de a aliança se manter, terá de combinar com o dileto eleitor. Como já dito nos últimos dias, com a lição que o governo Cid aprendeu (ou não), a política acontece, cada vez mais e de forma muito mais contundente, também fora dos gabinetes."
(Coluna Política / O POVO)

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