Foto: PLOS One
Pesquisa de cientistas americanos mostra que percepção de raça varia de acordo como a pessoa está vestida
"Imagem usada no estudo: classificação da cor da pele variava com a roupa da pessoa
Um estudo feito por pesquisadores americanos concluiu que o jeito de se vestir pode mudar a percepção de terceiros sobre a cor da pele de uma pessoa.
Os cientistas vestiram pessoas ou com roupas casuais de trabalho, ou com macacões, e pediram a espectadores que categorizassem os rostos dos modelos como sendo brancos ou negros.
A probabilidade maior era, segundo a pesquisa, que os rostos fossem vistos como brancos quando as pessoas se vestiam com roupas casuais de escritório e como negros quando usavam os macacões.
O relatório da equipe de pesquisadores, baseados nos Estados Unidos, foi publicado na revista científica Plos One.
Os cientistas acham que, se as pessoas têm consciência das estratégias que usam para avaliar outras pessoas, os efeitos desses julgamentos subconscientes podem ser diminuídos.
"Este é um artigo realmente interessante que testa hipóteses sobre como nós categorizamos as pessoas", diz a psicóloga Lisa DeBruine, que estuda reconhecimento facial na Universidade de Aberdeen, na Escócia, e que não está envolvida no trabalho.
Branco ou negro?
Os pesquisadores pediram a cerca de 20 voluntários que classificassem os rostos de homens e mulheres, que variavam de formato e tom da pele, em apenas uma de duas categorias de raça - branca ou negra.
A equipe, formada por cientistas das universidades de Tufts, Medford, Stanford e da Califórnia (todas americanas) - descobriu que, para os rostos mais ambíguos racialmente, os participantes tinham 4% a mais de probabilidade de considerar uma face negra se a pessoa estivesse usando um macacão, em vez de um terno.
Em outras palavras, o rosto mais ambíguo racialmente era categorizado como negro em 61% das vezes em que usava terno, e 65% das vezes em que usava macacão.
Ao acompanhar os movimentos das mãos dos voluntários enquanto eles mexiam em um mouse para tomar sua decisão, os cientistas puderam perceber hesitações momentâneas, que davam pistas sobre como os participantes estavam fazendo suas opções.
A equipe descobriu que, mesmo quando um voluntário decidia que uma pessoa usando um terno de negócios era negra, a trajetória do mouse tendia a desviar um pouco em direção à opção "branco" mais frequentemente do que quando um rosto "negro" estava usando macacão.
Bagagem cultural
"(Os resultados) indicam que a nossa bagagem cultural, e o que estamos esperando ver estereotipicamente, pode literalmente mudar o que nós vemos em outras pessoas", disse o estudante de graduação Jon Freeman, da Universidade Tufts, que liderou o estudo.
Ele diz que as decisões sobre raça e gênero mudam a nossa atitude frente as pessoas e afetam a maneira como nós interagimos com elas.
Freeman e seus colegas planejam pesquisar se a influência das roupas na percepção da raça desaparece quando as pessoas ficam conscientes que a "bagagem que elas trazem à mesa pode verdadeiramente alterar a forma como a raça é percebida".
Se for o caso, estudos como este podem ajudar a aliviar os efeitos da estereotipificação, segundo afirmam os pesquisadores."
Os cientistas vestiram pessoas ou com roupas casuais de trabalho, ou com macacões, e pediram a espectadores que categorizassem os rostos dos modelos como sendo brancos ou negros.
A probabilidade maior era, segundo a pesquisa, que os rostos fossem vistos como brancos quando as pessoas se vestiam com roupas casuais de escritório e como negros quando usavam os macacões.
O relatório da equipe de pesquisadores, baseados nos Estados Unidos, foi publicado na revista científica Plos One.
Os cientistas acham que, se as pessoas têm consciência das estratégias que usam para avaliar outras pessoas, os efeitos desses julgamentos subconscientes podem ser diminuídos.
"Este é um artigo realmente interessante que testa hipóteses sobre como nós categorizamos as pessoas", diz a psicóloga Lisa DeBruine, que estuda reconhecimento facial na Universidade de Aberdeen, na Escócia, e que não está envolvida no trabalho.
Branco ou negro?
Os pesquisadores pediram a cerca de 20 voluntários que classificassem os rostos de homens e mulheres, que variavam de formato e tom da pele, em apenas uma de duas categorias de raça - branca ou negra.
A equipe, formada por cientistas das universidades de Tufts, Medford, Stanford e da Califórnia (todas americanas) - descobriu que, para os rostos mais ambíguos racialmente, os participantes tinham 4% a mais de probabilidade de considerar uma face negra se a pessoa estivesse usando um macacão, em vez de um terno.
Em outras palavras, o rosto mais ambíguo racialmente era categorizado como negro em 61% das vezes em que usava terno, e 65% das vezes em que usava macacão.
Ao acompanhar os movimentos das mãos dos voluntários enquanto eles mexiam em um mouse para tomar sua decisão, os cientistas puderam perceber hesitações momentâneas, que davam pistas sobre como os participantes estavam fazendo suas opções.
A equipe descobriu que, mesmo quando um voluntário decidia que uma pessoa usando um terno de negócios era negra, a trajetória do mouse tendia a desviar um pouco em direção à opção "branco" mais frequentemente do que quando um rosto "negro" estava usando macacão.
Bagagem cultural
"(Os resultados) indicam que a nossa bagagem cultural, e o que estamos esperando ver estereotipicamente, pode literalmente mudar o que nós vemos em outras pessoas", disse o estudante de graduação Jon Freeman, da Universidade Tufts, que liderou o estudo.
Ele diz que as decisões sobre raça e gênero mudam a nossa atitude frente as pessoas e afetam a maneira como nós interagimos com elas.
Freeman e seus colegas planejam pesquisar se a influência das roupas na percepção da raça desaparece quando as pessoas ficam conscientes que a "bagagem que elas trazem à mesa pode verdadeiramente alterar a forma como a raça é percebida".
Se for o caso, estudos como este podem ajudar a aliviar os efeitos da estereotipificação, segundo afirmam os pesquisadores."
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