"O jornal britânico “Financial Times” defendeu em editorial nesta quarta-feira, 31, a “postura anticorrupção” da presidente Dilma Rousseff, argumentando que o próximo passo dessa empreitada, após as recentes demissões de ministros e outras autoridades, pode ser a reforma tributária.
O custo da corrupção no País fica entre R$ 50 bilhões e R$ 84 bilhões por ano, segundo estimativa da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) citada no texto. Para o jornal, não é coincidência que tenham surgido denúncias justamente nos ministérios dos Transportes e Turismo, agora que o País precisa levar a cabo grandes obras de infraestrutura antes da Copa de 2014 e da Olimpíada de 2016.
Reforma tributária
O “Financial Times” acredita que a reforma tributária ajudaria a comabter a corrupção. A tese é de que os custos para as empresas são hoje tão altos que qualquer autoridade corrupta consegue facilmente tirar proveito de negociações entre o poder público e o setor privado.
O periódico aposta que, desta vez, o projeto saia do papel. “Assim como combater a corrupção, a reforma tributária também ajudaria muito a impulsionar a competitividade da economia brasileira. A senhora Rousseff sabe disso e, como muitos dos seus antecessores, debateu a revisão do sistema de taxas. Mas, diferentemente deles, ela deve cumprir.”
Governabilidade
Recentemente, a revista “The Economist” escreveu que Dilma corre risco de sofrer uma rebelião na base aliada se continuar com a faxina por muito tempo. Já o “Financial Times”, diferentemente, avalia que a presidente não perderá a governabilidade.
A seu favor, a presidente tem uma boa taxa de aprovação entre eleitores, maioria no Congresso e, talvez o mais importante, o milagre econômico no Brasil criou uma “crescente e vociferante classe média para a qual lutar contra a corrupção é um assunto importante”.
Além disso, outro incentivo para a presidente continuar essa empreitada é o fato de que, na opinião do “FT”, permitir o crescimento da corrupção poderia ser perigoso, haja vista os protestos na Índia."
Por Sílvio Guedes Crespo
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